quinta-feira, 27 de setembro de 2012
Capitulo 7 parte 113
Olhei para Maria, ela já estava discando algum número no telefone fixo, andava de um canto para o outro. Juliana:- Ai! tá doendo muito. - Mordi os lábios com tanta força que senti o gosto do sangue, mas não me importei.A dor era agoniante, torturadora, parecia me devorar de dentro para fora. -
Maria:- seu pai! seu pai, já tá vindo, ele tá em plantão, vai vim de ambulância, fica calma tá?
Juliana:- e tem como Maria, tem como? - Ela segurou minha mão. -
Maria:- ele disse que é pra você contar até três e respirar fundo e soltar a respiração de vagar, vai dá tudo certo querida. - Concordei com a cabeça fazendo o que ela pediu. - Eu vou, eu-u, eu.. - Ela me olhou sem saber o que fazer. -
Juliana- liga pro Luan, liga, eu quero ele aqui, agora! - Entreguei meu celular a ela, em seguida pós no ouvido, ficou quieta. -
Maria:- tá chamando, chamando.
Juliana:- vai amor, atende, por favor! - Falei para mim mesma,baixinho. Ela me olhou como se quem se desculpasse. Cai no choro. - Ai não! você não pode fazer isso comigo Luan.
Maria:- calma, eu vou ligar, ele vai atender, eu prometo que ele vai te acompanhar no parto!
Juliana:- ele..ele, ele tá gravando o programa, liga pra Dagmar, pro Rober, pro Wellin-n-gton, pra qualquer um! ai meu Deus do céu, tá doendo! - Arfei, enquanto ela procurava na agenda, tentei controlar minha respiração como meu pai havia pedido. -
...
Estava gravando o programa, cantava a música te vivo, quando vi no canto Dagmar fazendo gestos, não entendi o porque, ela nunca, NUNCA me interrompeu, não importando o que seria, tentei disfarçar e continuei cantando normalmente, olhei novamente e agora Roberval também fazia o mesmo, ela fez gestos com a mão, na barriga.Meu primeiro pensamento foi Juliana e meus filhos.Soltei o microfone no palco, e corri até ela tirando o fono do ouvido, sem me importar com o que aconteceria.
Luan:- o que aconteceu? foi a Juliana? - Ela me olhava, tentando encontrar as palavras certas pra me falar, eu a conhecia muito além do que ela imaginava. - ANDA DAGMAR! ME FALA! - Passei a mão na cabeça sem me importar novamente, em desarrumar o penteado, já estava suando, tirei o colete e joguei para Rober. -
Dagmar:- vai nascer Luan! seus filhos vão nascer! - Não consegui dizer nada, meu sorriso no rosto dizia tudo, meus filhos iriam chegar? era isso? teria eles nos braços hoje mesmo? tanta espera, hoje teria o fim. Meu sorriso se desfez ao lembrar do medo que a Juliana poderia tá passando, meu coração acelerou mas ainda. - Luan, tá tudo bem? fica calmo, a gente grava outro dia.. - Não terminei de ouvir o que ela falava, sai correndo pelo corredor, Wellington, Rober e Dagmar atrás. - O Anderson vai explicar, fica tranquilo.
Luan:- Dagmar eu não tô nem ai pra isso agora, eu quero minha muié e só! - Peguei o celular no meu bolço enquanto entrava na van, vi sete chamadas dela, retornei na hora.Chamou por três vezes e atendeu. - AMOR? AMOR? FICA CALMA TÁ, EU JÁ JÁ CHEGO AI!
Maria:- Luan? sou eu, a Maria, a gente tá indo pro hospital.
Luan:- INDO? COM QUEM? DE QUE? COMO ASSIM CARA? ME EXPLICA ISSO DIREITO!
Maria:- o pai dela..o pai dela veio buscar ela de ambulância. - Escutei um grito dela sufocado, não tive nem tempo de processar e chorei, imaginando sua dor. -
Luan:- deixa eu falar com ela, deixa! por favor. - Supliquei, ouvi um barulho, em seguida uma respiração acelerada. -
Juliana:- LUAN? EU QUERO VOCÊ AQUI, VOCÊ PROMETEU!
Luan:- AMOR, CALMA, EU TÔ INDO, EU PROMETI E NÃO VOU DEIXAR DE CUMPRIR.
Juliana:- EU TÔ COM MEDO LUAN, AI!
Luan:- EU SEI, EU SEI, MAS VAI DÁ TUDO CERTO, JÁ JÁ EU CHEGO, VOCÊ VAI VER, FICA CALMA. - Ouvi outro grito dela, e mas nada, a ligação caiu, liguei novamente e deu caixa postal, liguei para Pedro e chamava, chamava ninguém atendia, desci da van e entrei no bicuço tentando ligar. -
Dagmar:- fica calmo Luan, vai dá tempo!
Luan:- TEM QUE DÁ!
Roberval:- lá tem pouso de emergência?
Luan:- não sei, tem, tem, acho que tem! - Passei a mão na minha cabeça novamente, o meu medo era o medo dela. - É um hospital, tem que ter cara!
...
Juliana:- ai pai, eu não vou conseguir! - Cai no choro. -
Pedro:- vai sim filha, você é forte, confio em você! - Ele beijou o topo da minha testa, após uma enfermeira me vestir com a roupa adequada e por a touca.Haviam-os saído do quarto agora.Meu pai segurava minha mão, enquanto um enfermeiro e uma enfermeira empurravam a maca até a sala de parto.Eu tentava segurar o choro, o que era em vão.Ouvi um grito e em seguida um choro.Meu pai me olhou. - Não quero que se preocupe tá? - Ele tentava me passar tranquilidade, porém, eu o conhecia e sabia que ele estava tão nervoso quanto eu. Entramos em uma sala, toda branca, luzes fortes, não consegui mas ver os detalhes, me trocaram de maca.
Juliana:- ai! - Fechei os olhos respirando fundo, senti uma pontava na minha veia, olhei e o enfermeiro aplicava o soro, em seguida anestesia, e por fim colocou três aparelhos abaixo do meu pescoço. -
Pedro:- dilatou três centímetros, falta mas dois, quero que respire fundo como lhe falei, as contrações vão vim mas forte, pelas minhas contas, daqui a dez minutos, eles nascem.
Juliana:- pai, eu quero o Lu-uan! - Apertei sua mão. -
Pedro:- ele já tá chegando querida, fica calma! - Ele abaixou a mascara e beijou minha testa. -
Juliana:- não me deixa tá?
Pedro:- eu não vou te deixar, fica calma. - Apertou minha mão.E lá se foram os dez minutos mas demorados na minha vida.Nunca imaginei como seria minha morte, mas morrer por quem se ama, me parece uma boa maneira de partir.Era o que não saia da minha mente, entre gemidos angustiados, as contrações estavam aumentando, eu mordia os lábios segurando a dor, que agora era possível sentir o gosto de sangue por completo, estava suando frio.Cheguei a colocar na minha cabeça que morreria, e por eles, eu morreria quantas vezes preciso for-se.Vi várias vezes meu pai se emocionar e falar várias vezes que estava comigo enquanto segurava minha mão. - Dilatou os outros dois filha, é agora!
Juliana:- NÃO! O Luan! eu quero o Luan!
Pedro:- filha, segurar é arriscado!
Juliana:- pa-ai, eu, e-u quero o Luan aqui!
...
Sem dúvidas alguma aquela viagem do Rio a Londrina, foi a mas longa da vida, estava suando, tremia, passava a mão na cabeça inquieto e chorei sem vergonha alguma, Dagmar e Roberval tentava me acalmar mas era em vão, pousamos no hospital, antes mesmo do jato desligar as turbinas abri a porta, assim que desligou sai correndo, enquanto os outros tentavam me acompanhar.Apenas Wellington conseguiu, entrei correndo, me esbarrei em várias pessoas, não consegui nem pedir desculpas, encontrei Maria na recepção.
Luan:- CADÊ? CADÊ?
Maria:- sala de parto sete, ela quer você agora! liguei pros seus pais, eles já tão chegando! - Sai correndo vestindo a roupa que Maria havia me entregado, coloquei a touca, a mascara e quando abri a porta que ela estava após ouvir um grito coloquei a luva. -
...
Juliana:- AAAAAA não pai, não! espera, eu quero o Luan!
Pedro:- filha pelo amor de Deus, já passou da hora!
Juliana:- não, eu quero o Luan! AI!
Luan:- cheguei, cheguei, cheguei meu amor! tô aqui! - Reconheci sua voz, ele abaixou a mascara e beijou minha testa, em seguida levantou a mascara, e segurou minha mão firme, a enfermeira que acompanhavam meu pai, trocou a bolsa de soro e verificou os aparelhos em meu peito.Apertei a mão do Luan o mas forte que pude, e chorei mas ainda. - Não, não, não chora meu amor! Eu tô aqui, eu não vou deixar você, vai dá tudo certo.
Juliana:- promete Luan? promete? AI!
Luan:- É CLARO QUE PROMETO! - Vi que ele chorava comigo. - Eu te amo muito! Juliana:- eu também.. - Beijei sua mão, sem importar com a luva. -
Pedro:- vamos lá? - Balancei a cabeça afirmando, e respirei fundo. - As contrações estão vindo de vinte em vinte segundos, nunca vi tão forte.
Luan:- isso é bom?
Pedro:- com certeza é.Filha, agora é com você, só depende de você! Eu confio em você, o Luan confia em você, seus filhos confiam em você! - Olhei Luan. -
Luan:- confio em você, mas que tudo, é forte e guerreira, vai conseguir! - Ele tirou o cordão, com o crucifixo do pescoço, e pós no meio das nossas mãos. -
Juliana:- eu te amo! - Foi a última coisa que consegui falar, antes de soltar um grito. -
Pedro:- agora! - Respirei fundo e soltei toda força que tinha em meu corpo, enquanto apertava a mão do Luan. -
Pedro:- de novo! - Senti a maior dor que havia sentido na minha vida. - De novo!
Juliana:- ai meu Deus! - Respirei fundo. -
Luan:- confio em você meu amor! - Concordei, ele passou a mão desocupada em sua testa suada.Ele apertava minha mão firme, mas não quanto eu apertava a dele, por um momento me preocupei em machuca-lo, mas a dor era firme, parecia não entender o meu medo. - Bora neguinha, bora! - Ele não soltou minha mão um segundo se quer.Após os primeiros minutos agoniantes, senti um alivio, fino e ao mesmo tempo delicado, por seguida um choro.Olhei Luan, vi seu sorriso vitorioso por trás da mascara, e lágrimas em seguida. -
Pedro:- olha só, Nicole! - Levantei o pescoço e vi seu corpo coberto por sangue, sorri e me joguei pra trás. -
Luan:- ai meu Deus, minha princesa! - Luan estendeu a mão, rumo a ela, enquanto ela chorava desesperadamente. Aquele choro, fez meu coração apertar, hoje, 13 de fevereiro, entendi aquela frase "quando você for mãe, vai saber o quanto dificil é ver seu filho sofrer, ou chorar."Aquele choro, me fez chorar também, não só de dor por vê-la chorando, frio, medo, dúvida, como também de emoção.O primeiro choro da minha filha.Um dos enfermeiros pegou ela, e a levou para o lado, acompanhei ele com a vista, vi a enrolar em um pano.Sorri.Senti um chute e Breno se virar por completo dentro de mim, me senti sufocada, arfei em um gemido agoniante, olhei para o aparelho disparado, virei a cabeça e vi o rosto do Luan ficar embaçado, meus olhos suplicaram para que se fechassem.
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Eita, como sou má né? haha ;x Ah, gostaram do Rober né? KK danadinhas, Próximo poste depois de 8 comentários.
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Fiquei com uma dúvida. O parto não seria cesária? e porque ela precisou fazer força?
ResponderExcluirYana
Sim amor, seria cesária, estava marcado para ser no outro dia o parto, é tanto que o Luan gravaria o programa e viria para acompanhar, só que a bolça estourou na noite, um dia antes do parto, e dilatou muito, ela frágil, grávida de gêmeos, blá, blá..Entendeu?
ExcluirEntendi. Só me equivoquei na questão do dia.
ExcluirObrigada!
Yana
Que isso amor, tem nem o que agradecer. *-*
Excluiraaaaaaa poste mais ><
ResponderExcluirela desmaio é agora?
bjs
O que será ein amor? hahaha, bora ver o que vai dá.
ExcluirAAAAAAAA meu Deeus espero que fique tudo beem coom ela e com os bbs to agoniada akiie O.o Cê é mal em muié? Hahaha posta maaaais u.u fic perfeita :)
ResponderExcluir@PiradinhaNoLuan
KKK Sou mal, muahahahaha.Pra saber só esperando amanhã né? rs.Obrigado pelo elogio amor, de verdade! :')
Excluir(Yana) nega seria cesaria se fosse no dia marcado Maais como fooi um diia antes teve que ser normal tendeu? eu entendi assim :)
ResponderExcluir@PiradinhaNoLuan
Isso ai amor! hahaha Tá certa.
ExcluirEU entendo, PiradinhaNoLuan. Só me equivoquei em relação ao dia, não fiz as contas.
ExcluirYana
Que sufoco!
ResponderExcluirbjs
Simoni
Ah princesa to adorando viu ? rs continuaaaaaaaa agora fiquei curiosaaaa e ó leitora nova rs @SouLuuanete rs beeeijos linda s2
ResponderExcluirmais,meu deus que emoção
ResponderExcluirquase chorei aki kkkk
E..óh tá massa sua fic hein,viciante kkkk
Beijim Delyanna
posta maaaais! neem acredito q naasceeu a Nic...tomara q a Ju e o Breno fiquem bem... :')
ResponderExcluirbeeijos, Sofia :*
Aaah, posta mais!! Beeijos, Milena.
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