68 - Pou!?

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Acordei assustado, ouvi alguém batendo na porta, abri os olhos e vi Bianca andando nervosa.
Luan:_ O que foi amor?
Bianca:_ A minha mãe, a minha mãe, tá aqui!
Luan:_ Abre a porta uai!
Bianca:_ NÃO!
Luan:_ Mas.. amor, você tem que conversar com ela cara, querendo ou não um dia isso vai acontecer.
Bianca:_ Eu sei.. mas agora não.Por favor, não me obriga a isso, por favor..
Luan:_ Ei.. calma.. - Me levantei, e a abracei. - Eu não vou te obrigar a nada.Se você não tá pronta pra isso, eu falo com ela.
Bianca:_ Por favor, faz isso.. pede um tempo.Não sei!
Luan:_ Peço, mas por favor, se acalma.. eu vou falar com ela lá no meu quarto.Depois a gente toma café juntos, pode ser? - Ela concordou com a cabeça e se sentou na cama apreensiva, abri a porta, sai e a fechei.
Fátima:_ Luan? - Ela tava sentada em um banco, no final do corredor.A chamei com a mão, e ela veio correndo. - Cadê minha filha? Cadê ela? Eu preciso ver ela, conversar..
Luan:_ Acho melhor a gente conversar primeiro sogra.. vamos pro meu quarto. - Apontei para o do lado, abri e ela entrou, depois de entrar também, fechei a porta. - Espera só eu tomar banho antes? É rapidinho.
Fátima:_ Não.. pode ir.Eu espero, sem problemas.
Luan:_ Pode ficar a vontade viu?
Fátima:_ Você é um bom menino Luan! - Ela sorriu espontânea e eu sorri sem graça.Entrei de baixo do chuveiro com água gelada pra espertar, não demorei muito já que ela tava me esperando.Vesti uma bermuda preta, camiseta vermelha e chinelo de dedo branca, como tava com presa, nem penteei o cabelo, só coloquei um boné por cima e pronto.
Luan:_ Pronto, quer comer alguma coisa, beber, não sei?
Fátima:_ Não, não, não precisa. - Me sentei na cadeira frente a ela. - Na verdade, eu só quero conversar com a Bianca mesmo, saber como ela tá, eu.. eu tô desesperada Luan! - Agora ela começou a chorar.Ah não! Eu não suportava ver ninguém chorar cara. - Eu tô com medo de perder minha filha.
Luan:_ Fátima.. - Peguei sua mão e apertei firme. - Eu não posso me meter nisso, mas.. tá tudo recente demais pra ela.Ela ainda tá muito magoada, machucada, ela tá.. frágil, entende? Eu tenho medo do que possa acontecer.. é como se a qualquer momento ela pudesse se quebrar.. não sei explicar.
Fátima:_ Eu sei.. eu sei.. mas não era essa a minha intenção.. nunca.
Luan:_ Eu não sou pai, não tenho filhos, mas sei que a função dos pais, sempre é querer proteger os filhos. Eu não acho certo terem escondido isso dela, mas até que eu entendo, porém, não acho certo..
Fátima:_ Fala com ela Luan, por favor.Tenta explicar..
Luan:_ Você vai ter a oportunidade de fazer isso, ela disse que vai, mas não agora.
Fátima:_ Ah meu Deus.Ela disse isso?
Luan:_ Ela disse que não agora, então, vai né?
Fátima:_ Ah! Obrigada, nossa! - Ela agora sorria. - Cuida da minha filha Luan, por favor.. você tem uma sorte imensa de ter ela, ela é maravilhosa.
Luan:_ Eu sei que sim.. ela é perfeita. - Não consegui esconder o sorriso ao falar nessa, aliás, nunca conseguia.
Fátima:_ E ela também tem sorte de ter encontrado você. - Sorri a agradecendo. - Você tem meu número não é? Então, eu e o Lucas estamos em um hotel em Curitiba, e vamos ficar lá até isso tudo se acertar.E o pai dela, tá em São Paulo, mas ele tá com isso na cabeça, que tem que conversar com ela de qualquer maneira, então se.. não sei..
Luan:_ Eu não vou deixar ele chegar perto dela, é isso?
Fátima:_ Pelo menos enquanto ela não quiser.. sim.
Luan:_ Certo.
Fátima:_ Bom, eu tenho que ir.. mas antes, quero que entregue isso pra ela tá? - Ela me entregou um envelope. - Pede pra que ela leia, por favor?
Luan:_ Não, claro.. entrego sim.
Fátima:_ Então.. - Ela se levantou, fiz o mesmo a levando até a porta. - Qualquer coisa me liga, tenho seu número, de vez em quanto te ligo pra saber como ela tá.Obrigada por tudo e desculpa, você é tão ocupado já..
Luan:_ Não, tá tudo certo, nem tem o que agradecer.
Fátima:_ Fico feliz já que agora ela está trabalhando com você.. vai fazer bem pra ela.
Luan:_ Nem acredito ainda, tô feliz demais com isso. - Ela sorriu e me abraçou, a abracei forte também. - Qualquer coisa.. já sabe né? Me liga.
Fátima:_ Você também. - Ela sorriu e saiu.Fechei a porta e me sentei na cama tentando digerir tudo aquilo. Que loucura cara, que loucura. A mãe dela era uma pessoa maravilhosa, e o pai, bom, pelo que me lembro dele, era também, agora já não sei mais né? mas.. tá.Expulsei aqueles pensamentos da minha cabeça, peguei o envelope em cima da mesa e bati na porta do quarto dela, em seguida ela abriu toda arrumada e cheirosa.
Luan:_ Que isso ein? - Ela deu um sorrisinho.
Bianca:_ Tomar café?
Luan:_ Não vai perguntar o que conversei com sua mãe antes?
Bianca:_ Não..
Luan:_ Princesa.. - Ela não respondeu, fechou a porta, entrelaçamos nossas mãos e fomos para o elevador, apertei para descer e ela ainda tava calada. - Ela me pediu pra entregar isso pra você. - Ergui o envelope, ela mordeu os lábios, pegou, ia abrir mas parou e me entregou novamente.
Bianca:_ Eu.. leio depois. - Olhei desconfiado. - Prometo. - Sorri concordando, dobrei ao meio e coloquei no meu bolço, nos juntamos ao Anderson, Roberval e ao Gutão e tomamos café, notei que ela não tava tão mais animada como ontem, tava pensativa, calada.. não via a hora de tudo aquilo acabar, juro.Não aguentava ver ela naquela situação nem a pau.Depois de comer, subimos, fizemos nossas malas e decidimos viajar para a próxima cidade do show, já que seria um pouco distante, em Juiz De fora - MG.Ela não desgrudava a mão da carta, mas também não conseguia abrir, tentava, mas não conseguia, era como se algo a impedisse de fazer aquilo.Nos acomodamos nas últimas poltronas do bicuço e em fim falei sobre a carta.
Luan:_ Amor, mata logo o que tá te matando. - Ela me olhou sem entender. - Ler logo.. vai ser melhor pra você.
Bianca:_ Ler pra mim? De verdade.. eu..
Luan:_ Tem certeza? - Ela concordou com a cabeça, peguei a folha de papel e então comecei a ler.
"Oi filha, eu não sei nem como começar a te falar, até por que são tantas coisas.Filha, mamãe ama você e o seu irmão mais que tudo.."
Bianca:_ Para.. para.Por favor! - Olhei sem entender. - Eu ainda não tô pronta, por favor, não.
Luan:_ Eu não vou te obrigar a nada meu amor, nada. - Dobrei a carta, coloquei dentro do envelope e por cima da sua bolça, ao lado da minha mochila.A puxei para meu peito e comecei a fazer carinho na sua cabeça, enquanto via a cidade ficar pequena lá em baixo, ela pareceu pensativa, então decidi não falar nada. Acabei dormindo pouco tempo depois, olhei a hora e era quase uma da tarde.Bianca dormia no meu colo ainda. - Dag, falta muito?
Dagmar:_ Estamos chegando já! - Olhei pela janela e já via a cidade lá em baixo.Esperei pousar para acordar ela, mas não foi preciso, ela acordou assim que desligaram as turbinas.Ouvi os gritos das minhas negas do lado de fora e já me arrepiei inteiro.
Luan:_ Eita nós Minas Gerais! - Me despreguicei assim que desci, e elas gritaram mais ainda.Subi novamente para pegar minha mochila, esperei Bianca colocar o óculos escuro e descemos de mãos dadas. Esperamos Wellington tirar as malas para poder atender as meninas. - Eu tô com fome, você tá com fome?
Dagmar:_ Estou..
Luan:_ Eu tô com fome, você tá com fome?
Rober:_ Pow, morrendo.
Luan:_ Eu tô com fome, você tá com fome?
Anderson:_ Um pouco.
Luan:_ Eu tô com fome, você tá?
Wellington:_ Não muita.
Luan:_ Eu tô com fome, você tá?
Bianca:_ Não!
Luan:_ Ah.. HAM! Você não tá com fome? - Ela riu.
Dagmar:_ Você é pior que criança..meu Deus!
Luan:_ Eu faço charminho, é diferente.
Wellington:_ Aqui tudo pronto! - Fomos andando até a grade e comecei a atender as meninas, tirei fotos, dei autógrafos e peguei presentes.
*:_ LUAN! AQUI!
Luan:_ Opa, oi nega!
*:_ Ai meu Deus, que lindo! Deixa eu dá um beijo em você?
Luan:_ Claro, claro.. - Abaixei a cabeça e ela me deu um beijo. - Deixa eu dá um em você agora coisa linda. - Ela virou o rosto e dei. - Quer autografo também? - Ela já me passou um bloco de notas e uma caneta. - Qual o seu nome?
*:_ É Ananda.
Luan:_ Então.. - Escrevi tudo direitinho. - Pra você Ananda.
Ananda:_ Obrigada Lu.Manda um beijo pra Bianca? - Olhei e ela conversava com outras meninas. - Eu acho vocês muito lindos juntos, sério mesmo.
Luan:_ Oh nega.. - Passei a mão no cabelo nervoso, não importa quantas vezes ouvia aquilo, sempre me emocionava. - WELLINGTON EU VOU ATENDER ELAS SEM SER NA GRADE. - Só foi falar e os gritos começaram novamente, adorava aquela adrenalina, aquele carinho todo.Abracei uma por uma e novamente por ultimo mais não menos importante a Ananda.Entramos na van, o motorista deu partida, até ouvir um estouro. - QUE ISSO CARA? PELO AMOR DE DEUS!